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Suponha que uma função $f(x)$ possua todas as suas derivadas num determinado ponto $x = x_0$. Então, o teorema de Tayor afirma que é possível escrever a função $f(x)$ como série de potência infinita que possui a forma:
Se considerarmos a definição do polinômio de Taylor, então podemos escrever $$ f(x) = P_n(x) + R_n(x), $$ onde $$ R_n(x) = \frac{f^{(n+1)}(x_0)}{(n+1)!}(x - x_0)^{n+1} + \dots \frac{f^{(n+2)}(x_0)}{(n+2)!}(x - x_0)^{n+2} + \dots $$ Taylor também mostrou que o somatório infinito acima equivale a
O resto de Lagrange representa o que faltou para que o polinômio de Taylor fosse igual à função original. Sendo assim, quando o número de termos tende ao infinito, $R_n(x)$ tende a zero. De maneira análoga, se forem utilizados poucos termos para montar o polinômio de taylor o resto tende a aumentar.
Em geral, a expansão em série de Taylor de ordem $n$ será exata para um polinômio de grau $n$. Isto deve-se ao fato de que a derivada de ordem $n + 1$ de um polinômio de ordem $n$ é nula e, consequentemente, o termo $R_n(x)$ também é igual a zero.
Por exemplo, para a função $f(x) = x^4 - 10x^2$, que é o um polinômio de quarta ordem, o polinômio de Taylor de ordem 4 será igual a função $f(x)$, isto é, $P_4(x) = f(x)$. É fácil verificar que o valor de $R_4(x)$ será zero, pois a derivada de ordem 5 é igual a zero.
Uma situação particular ocorre quando a série de Taylor é centrada em zero, ou seja, $x_0=0$. Nesse caso, a série recebe o nome de série de Maclaurin, cuja expansão é mostrada a seguir:
Exemplo 1
Para a função
$$
f(x) = 5x^3 + x + 2,
$$
(a) Encontre o polinômio de Taylor de segunda ordem $P_2(x)$ em torno de $x_0 = 1$.
(b) Use o $P_2(x)$ para aproximar o valor de $f(1.1)$. Qual o erro verdadeiro cometido?
(c) Encontre a função $R_2(x)$ e estime o erro máximo, em valor absoluto, ao se usar $P_2(x)$ para aproximar o valor de $f(1.1)$. Isso é compatível com erro verdadeiro encontrado no item (b)?
Solução:
(a) Primeiro devemos fazer uma expansão em série de Taylor truncada no terceiro termo, ou seja, vamos encontrar um polinômio de Taylor de ordem 2. Sendo assim, precisamos calcular até a segunda derivada de $f(x)$.
(c) Agora temos que econtrar a expressão para o Resto ($R_2(x)$), que será dada por:
Na Figura 1 temos os gráficos da função $f(x) = 5x^3 + x + 2$ e do polinômio $P_2(x) = 15x^2 - 14x + 7$. Podemos ver que, próximo do ponto $x_0= 1$, o polinômio que encontramos se aproxima bem da função utilizada.
Figura 1
Exercícios - Polinômio de Taylor
Exemplo 2
Para a função abaixo:
$$
f(x) = \frac{1}{x^2 + 1} + x\cos(x)
$$
(a) Encontre o polinômio de Taylor de segunda ordem $P_2(x)$ em torno de $x_0 = \pi$.
(b) Use $P_2(x)$ para aproximar o valor de $f(3.2)$. Qual o erro verdadeiro cometido?
(c) Encontre a expressão analítica para a função $R_2(\tau)$ (com $x_0 = \pi$ e $x = 3.2$)
(d) Estime o erro máximo em módulo ao se usar $P_2(x)$ para aproximar o valor de $f(3.2)$. Isso é compatível com o erro verdadeiro encontrado no item (b)?
Solução:
(a)
Inicialmente, como o polinômio desejado é de grau $n=2$, é preciso calcular até a segunda derivada da função.
Na Figura 1 temos os gráficos da função $f(x) = 5x^3 + x + 2$ e do polinômio $P_2(x) = 15x^2 - 14x + 7$. Podemos ver que, próximo do ponto $x_0= 1$, o polinômio que encontramos se aproxima bem da função utilizada.
Figura 2
Substituindo a derivada $f'''(\tau)$ e os valores de $x$ e $x_0$ na função do resto, obtém-se a equação abaixo.
(d) Ao se utilizar o polinômio $P_2(x)$ para representar a função $f(x)$ no intervalo $[\pi;3.2]$, o erro máximo que podemos cometer é determinado encontrando o valor máximo de $R_2(\tau)$ para o intervalo em questão. Nesse caso, o máximo de $R_2(\tau)$ em $\tau \in [\pi;3.2]$ é obtido para $\tau = \pi$, como mostra o gráfico de $f^{(3)}(\tau)$ plotado abaixo:
Figura 3