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Métodos Intervalares
O método da Bisseção, que estudaremos a seguir, faz parte de uma classe de métodos chamados de Intervalares.
Para que esse método funcione corretamente, é necessário conhecer um intervalo $[a;b]$ em que a raiz da equação
$F(x) = 0$ se encontra. Além disso, a função $F(x)$ deve ser contínua no intervalo $[a;b]$.
A base para o funcionamento dos métodos intervalares é o Teorema de Bolzano.
A base para o funcionamento dos métodos intervalares é o Teorema de Bolzano.
Teorema de Bolzano
Seja $F(x)$ uma função contínua no intervalo $[a;b]$. Se $F(a)F(b) < 0$, então a função $F(x)$ tem pelo menos um
zero no intervalo aberto $(a;b)$.
A figura abaixo ilustra o Teorema de Bolzano. Tome, por exemplo, o intervalo $[1;3]$. Pelo gráfico, é fácil verificar que $F(1) < 0$ e $F(3)>0$. Dessa forma, $F(1)F(3) < 0$. Como a função é contínua no intervalo considerado, então a equação $F(x)=0$ tem pelo menos uma raiz no intervalo aberto $(1;3)$.
Em suma, o Teorema de Bolzano é um método analítico para verificar se uma função contínua possui zeros em um intervalo determinado.
Deve-se notar que, quando $F(a)F(b) > 0$, então nada podemos afirmar quanto a existência de zeros da função no intervalo $(a;b)$. Se tomarmos o intervalo $[-3,3]$ no exemplo anterior, $F(-3)F(3) > 0$. O Teorema de Bolzano não garante a existência de raízes no intervalo, embora graficamente podemos ver que a função possui dois zeros no intervalo $(-3;3)$.
A figura abaixo ilustra o Teorema de Bolzano. Tome, por exemplo, o intervalo $[1;3]$. Pelo gráfico, é fácil verificar que $F(1) < 0$ e $F(3)>0$. Dessa forma, $F(1)F(3) < 0$. Como a função é contínua no intervalo considerado, então a equação $F(x)=0$ tem pelo menos uma raiz no intervalo aberto $(1;3)$.
Em suma, o Teorema de Bolzano é um método analítico para verificar se uma função contínua possui zeros em um intervalo determinado.
Deve-se notar que, quando $F(a)F(b) > 0$, então nada podemos afirmar quanto a existência de zeros da função no intervalo $(a;b)$. Se tomarmos o intervalo $[-3,3]$ no exemplo anterior, $F(-3)F(3) > 0$. O Teorema de Bolzano não garante a existência de raízes no intervalo, embora graficamente podemos ver que a função possui dois zeros no intervalo $(-3;3)$.
Exemplo - Teorema de Bolzano
Para a função $\;x^{2}-6x+1$ plotada abaixo, vamos usar o teorema de Bolzano para determinar intervalos
que contenham os zeros da função:
Verificamos que $F(0) F(1)= -4 < 0 \; $ e $ \; F(5) F(6) = -4 < 0$. Logo podemos afirmar que os dois zeros da função estão nos intervalos $(0;1)$ e $(5;6)$.
Verificamos que $F(0) F(1)= -4 < 0 \; $ e $ \; F(5) F(6) = -4 < 0$. Logo podemos afirmar que os dois zeros da função estão nos intervalos $(0;1)$ e $(5;6)$.
Método da Bissecção
Considere que a raiz procurada da equação $f(x) = 0$ esteja no intervalo $(a;b)$, e que a função $f(x)$ seja contínua no intervalo $[a;b]$. O método da bissecção consiste subdividir o intervalo $[a;b]$ em dois subintervalos utilizando o ponto médio, ou seja, calculando
$$
x_1 = \frac{a+b}{2}.
$$
Os dois subintervalos serão $[a;x_1]$ e $[x_1;b]$. A não ser que a raiz procurada seja exatamente $x_1$ (pouco provável), então, devido à continuidade da função $f(x)$, a raiz procurada encontra-se em um dos dois subtintervalos. Para saber em qual deles a raiz se encontra, usa-se o Teorema de Bolzano, ou seja,
O processo é reiniciado considerando o intervalo conservado; uma nova subdivisão é feita e o novo ponto médio é chamado de $x_2$. O processo termina quando se atinge uma precisão determinada, ou seja, $$ E_r = \left| \frac{x_n - x_{n-1}}{x_n} \right| < \epsilon. $$ Em geral, $\epsilon = 10^{-p}$, em que $p$ é a quantidade de algarismos significativos que a solução deve ter.
Se $ \;f(a)f(x_1) < 0 $, $\; $ entao a raiz está em $(a;x_1)$.
Se $\;f(a) f(x_1) > 0 $, $\; $ então a raiz esta no outro subintervalo, $(x_1;b)$.
O processo é reiniciado considerando o intervalo conservado; uma nova subdivisão é feita e o novo ponto médio é chamado de $x_2$. O processo termina quando se atinge uma precisão determinada, ou seja, $$ E_r = \left| \frac{x_n - x_{n-1}}{x_n} \right| < \epsilon. $$ Em geral, $\epsilon = 10^{-p}$, em que $p$ é a quantidade de algarismos significativos que a solução deve ter.
Exemplo
Considerando a equação
$\; x^{2}-5 = 0 \;$, encontre a raiz positiva de forma a que o erro percentual máximo
seja menor ou igual a $5\%$, ou seja, $\epsilon = 0,05$.
Para se obter um intervalo inicial que contém a raiz procurada, faz-se o gráfico da função $\; f(x) = x^{2}-5.$
É possível notar que:
Iteração 1
Iteração 2
Iteração 3
Iteração 4
Então, para um erro < $\;5\%,\;$ podemos inferir que a raiz é aproximadamente $\;x = \; 2.1875\;$.
Para se obter um intervalo inicial que contém a raiz procurada, faz-se o gráfico da função $\; f(x) = x^{2}-5.$
É possível notar que:
$$f(-2) f(-3) < 0, $$
$$f( 2) f(3)< 0. $$
Pelo teste de Bolzano, a raiz positiva encontra-se no intervalo $[2;3]$. Fazendo $a = 2$ e $b = 3$:
Iteração 1
$$
\begin{aligned}
x_{1} &= \frac{a+b}{2}\\
&= \frac{2+3}{2} = 2.5
\end{aligned}
$$
O subtintervalo inicial foi dividido em dois subintervalos, $[2; 2.5]$ e $[2.5; 3]$.
Fazendo o teste de Bolzano. Como
$$ f(a) f(x_{1}) < 0, $$
a raiz está no subintervalo $[2; 2.5]$.
Iteração 2
$$
\begin{aligned}
x_{2} &= \frac{a+b}{2}\\
&= \frac{2+2.5}{2} = 2.25
\end{aligned}
$$
Calculando o erro porcentual:
$$
\begin{aligned}
\varepsilon_{a} &= {\left|\frac{2.25 - 2.5}{2.25}\right |} 100 \; \% \\
&= 11.11 \%.
\end{aligned}
$$
Fazendo o teste de Bolzano:
$$ f(a) f(x_{2}) = -0.625 < 0. $$
Logo, a raiz está nos subintervalo $[2; 2.25]$.
Iteração 3
$$
\begin{aligned}
x_{3} &= \frac{a+b}{2}\\
&= \frac{2+2.25}{2} = 2.125
\end{aligned}
$$
Calculando o erro porcentual:
$$
\begin{aligned}
\varepsilon_{a} &= {\left|\frac{2.125 - 2.25}{2.125}\right |} 100 \; \% \\
&= 5.88 \%.
\end{aligned}
$$
Fazendo o teste de Bolzano:
$$ f(a) f(x_{3}) = 0.4844 > 0. $$
Logo, a raiz está nos subintervalo $[2.125; 2.25]$.
Iteração 4
$$
\begin{aligned}
x_{4} &= \frac{a+b}{2}\\
&= \frac{2.125+2.25}{2} = 2.1875
\end{aligned}
$$
Calculando o erro porcentual:
$$
\begin{aligned}
\varepsilon_{a} &= {\left|\frac{2.1875 - 2.125}{2.1875}\right |} 100 \; \% \\
&= 2.857 \% < 5\%.
\end{aligned}
$$
Fazendo o teste de Bolzano:
$$ f(a) f(x_{3}) = -0.4844 < 0. $$
Logo, a raiz está nos subintervalo $[2; 2.125]$.
Então, para um erro < $\;5\%,\;$ podemos inferir que a raiz é aproximadamente $\;x = \; 2.1875\;$.
Exemplo com o GeoGebra
Use o método da Bisseção para encontrar a raiz positiva da equação abaixo com erro relativo
$E_r < \;0.01\;$
$$ \frac{x^2}{5} -2x=3.$$
Deve-se inicialmente reescrever a equação na forma $$ f(x) = 0. $$ Escolhemos $f(x) = \frac{x^2}{5} -2x -3 $.
Solução:
Deve-se inicialmente reescrever a equação na forma $$ f(x) = 0. $$ Escolhemos $f(x) = \frac{x^2}{5} -2x -3 $.
- Fazendo-se uma análise gráfica, estima-se a raiz no subintervalo $[a;b]$, $a = 10\,$ e $b = 12.$
Algoritmo